sábado, 18 de julho de 2009

Grande

Ela se perdeu nos amores de uma moça cujo avô nasceu na Turquia. Foram seis horas seguidas de leitura. Fim. O ônibus chegou à estação. Reiniciava-se, então, a via sacra de obrigações. Nos últimos tempos, elas lembravam comidas estupidamente apimentadas. Os pingados foram a salvação, nas duas paradas. Aquela leitura conduziu-a à viagem da escritora. Criou-se, dentro de si, a própria Istambul, a própria Lisboa. A chegada à estação fazia pesar o estômago. Melhor, molhava os olhos. Emoção por sentir-se grande. Grande demais para continuar onde estava.

2 comentários:

Débora Didonê disse...

foto: by Maria Fernanda Vomero

Anônimo disse...

Que lindo texto Didone. Vou te mandar em breve o convite para o sarau...leva as tuas palavras no coração e no bolso, teremos um varal para pendurar idéias.

Bjos, Ana