quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Coro
A noite era engolida por gritos desesperados carregados em ondas sonoras desmedidas por entre o montanhoso bairro paulistano. Vaias e palavrões alçavam vôo de centenas de janelas, passeando pelos corredores intraprédios. Alcançavam os ouvidos puros. Também os impuros, que somavam o tempo de ouvir ao de falar as palavras mais sujas que lhes vinham. Durava dois minutos. 120 segundos de ditos podres prazerosamente ditos. Esgueirando-se pelas janelas, quase que se jogando prédio abaixo, quase que se sentindo um pássaro ao cuspir as baixezas, os torcedores vibravam com mais um gol.
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Um comentário:
Passaram aqui por essas janelas também...minha vizinha escritora.
Bjos, Ana
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