Não a esperava. Nunca a esperava. E encontrá-la era sempre a mais desagradável das surpresas. Ela sabia mesmo como ser invasiva. Atrevia-se a entrar em casa sem pedir licença. Saía tomando conta do espaço, andando para onde bem entendia.
-- Quanta petulância! Basta! Queria sufocá-la, vê-la agonizar. Pensava em como golpeá-la. Em como eliminá-la de sua vida.
Sem pestanejar, atacou-a com jatos de um Bom Ar Segredos do Campo de aroma flores de jasmim vencido há oito anos e deu início a uma cruel perseguição - de uma sóbria a uma tonta, quase inválida.
-- Toma! Toma, sua desgraçada!
Bate daqui e dali, ainda com forças para fugir ela tentou se salvar, mas foram duas as sapatadas mortais. E lá estava de barriga para cima, com suas horrendas perninhas quietas para o ar, o cadáver da barata.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
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5 comentários:
Mas é o universo conspirando a favor dos textos cujos protagonistas são os bichos! Acabo de ler uma história em que descobri somente na última linha que era o cão a nos falar o tempo todo...e aqui a dona baratinha!
O título é precioso, e o texto uma desforra! Vou hoje comprar o meu spray!
Olá, Débora!
Cheguei ao seu blog (não sei bem como) e me detive aqui por alguns bons momentos.
Adorei este texto. Tb tenho horror à baratas! rs
E me apaixonei pelos seus versos. Vc escreve muito bem! Parabéns!
Um abraço e tenha uma ótima semana.
Patrícia Lara
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk... tbm odeioooo barata!!! mas nunca tentei mata-las com bom ar vencido!!! kkkkkk
muito show teu blog!!!
encontrei humor, amor, ansiedade... e tudo que é tipo de emoção nos seus posts!!!
beijo
As malditas baratas! Nojentas inspiradoras.. Hey Debora, tbm A-DO-RO a Amelie Poulain =] Um beijo flor
Poutz, por um momento achei que era comigo...bjs e saudades invasivas!!!
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