quando doi a boca
e as palavras saem roucas
não há quem te beije
nem tem que cuspa
não há quem te descabele os beiços
doi a boca,
enlouquece a língua
que sozinha e sozinha se enrola
no ermo túnel morno escuro
úmido,
unidos beiço, língua, boca
dentes, entre dentes, entre mucos
doi a boca e a língua louca
grita horrores às paredes
roxas
de teus dentes e tuas bochechas.
doi a boca e as palavras roucas
rugem solitárias nas papilas,
as palavras roucas,
cuspidas, lambidas
pela língua louca,
esquecidas.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
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