domingo, 6 de julho de 2008

Mutação

Tem dias em que me sinto quieta
Como em plena transformação
É uma quietude de quem se sente feio
Como a cigarra que troca sua casca
Parece que minha casca também muda
E dói um pouco
Porque sei que minha cara de antes
Aquela que eu achava linda e minha
Vai mudar
E como em toda mudança
Que aprendendo a aceitar
Olho com estranheza para minha cara nova
E a amo aos poucos
Deixando a saudade da outra se esvair
Certa de que a nova feição
Tem tudo da outra e um pouco mais
Porque carrega meu caminhar
Melhorado, transmutado, mutante
Ambulante

2 comentários:

retrolectro disse...

esqueceu de dizer: dinoneante.

fantástico seu poema.
ando tão atribulado que sequer consigo esboçar qualquer comentário poético.

Fernanda-uma-pessoa disse...

bonitíssimo! ah, quantas vezes já senti tudo isso!