terça-feira, 13 de outubro de 2009

minha masmorra

existo.
quanta dor eu sinto porque existo.
me morro. morro viva. morro de intensidade de dor de existir.

me aprisiono, então: isolada na masmorra.

[o lugar do não-amor]

apareces e meu existir se reafirma livre. sinto, sinto, sinto, sinto.
me avivo. sou leve. sou pluma.
vôo. ensaio um [efêmero] vôo de amor.

...

o estremecimento das asas anuncia a queda: pedra sobre pedra da dor de existir.

tenho medo da altura do vôo.
e me escondo por detrás da parede grossa da sóbria e escura masmorra.
me morro encolhida de dor. existo. insuportavelmente existo.

[ ... ]

meu existir e o teu [incompatíveis]
se beijam em vôo livre

dá meia-noite: viro masmorra.
e me morro de querer amar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tua escrita arrebata. Bjos.

retrolectro disse...

isto se chama sincronicidade. se gosta das ideias de jung, nossos encontros nada programados são um belo exemplo. custam a ser físicos, mas de longe, é de alma.

SRTA. LÓRI CAPITU disse...

]]] guardava asas [[[
e apelidava-se liberdade

Débora Didonê disse...
Este comentário foi removido pelo autor.